Interagir sempre e com qualquer coisa todos os momentos possíveis, essa é a regra desse personagem chamado Fagundes, o Pato de botas. Não é estranho pegar esse personagem falando com pedra, escova de dente, calcinha ou quer que seja. A idéia de um personagem conversar com tudo que aparece pela frente não é nova, afinal nada é novo na arte. Nas tiras do Mauricio de Sousa dos anos setenta o seu personagem Bidú, o cachorro do Franginha conversava com tudo que aparecia a sua frente tal qual o pato de botas faz hoje.
Fagundes é um pato de temperamento difícil, e pelo que conheço de patos eles tem temperamentos difícil mesmo eu que o diga, pois quando criança patos foi o que não faltou no meu quintal. Vivendo em uma floresta imaginaria onde acontece de tudo e todos os objetos parecem falar nosso amigo penoso vive os mais estranhos momentos junto com o seu amigo Luizinho, que é outro pato, porem sem botas. Sendo perseguido pelo seu inimigo o Jakarôncio um jacaré dono da lagoa onde nosso amigo cisma de nadar de vez em quando esse pato vive seus momentos entre reflexões e ataques de nervo. Tem como analista uma sabia coruja que parece lhe responder as mais estapafúrdias perguntas. Fagundes, o Pato de botas não foi inspirado no Gato de Botas como muitos pensam, ele poderia muito bem ser um pato sem botas, só que assim seria um pato desbotado o que tiraria o brilho do seu estilo único. Vivendo no mundo animal, mas tendo também em seu sentido preocupações que fogem do meio que vive o pato de botas se torna uma espécie de neurótico da mata, pois os problemas que atinge o mundo dos humanos (essa racinha que empesteia o planeta), também o atinge de certa maneira.
As tiras que eu crio do Pato de botas me faz refletir de maneira muito poética em certos sentidos e um deles é , ser ou não ser pato... Eis a questão.
Texto - Laerçon J. Santos
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